Segurança Mediúnica - Divaldo Franco

 No vídeo, intitulado "Segurança Mediúnica",  gravado no Centro Espírita Bezerra de Menezes, no ano de 1993,  em São José do Rio Preto - SP, Divaldo Franco aborda a natureza da mediunidade, sua história, ética, educação e os desafios da prática, como a obsessão e o animismo.


A seguir, um resumo, os principais tópicos e as perguntas feitas durante a sessão de perguntas e respostas.

Resumo da Palestra
Divaldo Franco inicia definindo a mediunidade como a faculdade inerente a quase todas as criaturas, um atributo da alma e do espírito encarnado, que utiliza o corpo físico como suporte. O palestrante traça a história da mediunidade, desde o profetismo no Oriente e os oráculos da SeMagna Grécia, até os fenômenos pontilhados na vida de Jesus e a correta investigação por Allan Kardec.
Divaldo enfatiza que a faculdade mediúnica é neutra em si mesma, sendo a qualificação ética e moral do médium o fator determinante para o seu bom uso. Ele explica as classificações de Kardec (efeitos físicos e intelectuais, médiuns naturais, de prova e facultativos) e a necessidade de educação e disciplina da faculdade, em oposição ao termo "desenvolvimento".
A segurança mediúnica, ou "ética comportamental saudável", reside na transformação moral do indivíduo, baseada no Evangelho de Jesus, a fim de evitar a sintonia com entidades perturbadoras (obsessão). Divaldo também dedica tempo para esclarecer o fenômeno do animismo, que não é um adversário, mas um escolho resultante do inconsciente profundo do médium, que necessita ser depurado para que a comunicação se torne pura.


Tópicos Abordados na Palestra
  1. Definição e Natureza da Mediunidade [00:53]:
    • Faculdade de ser médium (intermediário entre o espírito e o corpo).
    • Propriedade da alma e do espírito encarnado, de natureza orgânica e física.
  2. História da Mediunidade [03:56]:
    • Confundida com patologias (histeria, personalidades múltiplas) antes de Kardec.
    • Manifestações em civilizações antigas, no profetismo e na vida de Jesus.
  3. Investigação de Allan Kardec [03:43]:
    • O primeiro a estudar o "organismo" da mediunidade cientificamente.
    • Classificação em efeitos intelectuais (psíquicos) e efeitos físicos (parapsicologia).
  4. A Moralidade da Faculdade [08:24]:
    • A mediunidade é neutra; a ética ou moral do portador a qualifica.
    • Necessidade de uma vida interior cuidada e postura ética para a escuta do "dito do coração".
  5. A Função do Perispírito [02:29:40]:
    • O corpo intermediário (conhecido como Ka, na antiguidade) é o fator essencial para a manifestação.
    • A comunicação é um fenômeno de "telepatia profunda" entre o perispírito desencarnado e o perispírito encarnado.
  6. Obsessão e Segurança Mediúnica [02:29:40]:
    • A obsessão é decorrente dos débitos e arrojos negativos do médium.
    • O procedimento de segurança é a transformação moral, paciência, perseverança no bem e caridade.
  7. Animismo [02:32:48]:
    • Fenômeno anímico como resultado da exteriorização de conteúdos do subconsciente/inconsciente do médium.
    • O processo da mediunidade envolve a depuração desses conteúdos para atingir o fenômeno puro.
  8. Exemplos Históricos [02:17:54]:
    • Médiuns antigos (João de Patmos) e modernos (Chico Xavier, Divaldo, etc.).

Perguntas Feitas e Respostas de Divaldo Franco
A sessão de perguntas e respostas (iniciada em [01:39:29]) abordou os seguintes questionamentos:
  • Influências e Invigilância [01:40:23]: Se as influências negativas diárias que causam más impressões orgânicas caracterizam invigilância do médium.
    • Resposta: É normal sentir a influência, mas a invigilância é permitir que ela se incorpore. O médium deve estar vigilante, apoiado em uma vida moral e ética saudável.
  • Idade para Ingressar na Mediúnica [01:43:44]: Existe uma idade mais conveniente para o ingresso na sala mediúnica?
    • Resposta: Não é recomendável na infância. A idade indicada é a partir dos 14/15 anos (idade da razão e amadurecimento biológico).
  • Desenvolver ou Educar a Mediunidade [01:47:04]: A mediunidade deve ser desenvolvida ou educada?
    • Resposta: Deve ser educada (disciplinar hábitos e impulsos nervosos) para que o fenômeno se torne natural e transparente, sem cacoetes.
  • Desdobramento Consciente [01:50:30]: Por que alguns médiuns fazem desdobramento consciente com facilidade, sem treinamento, e outros não?
    • Resposta: Devido às diferentes naturezas da faculdade (como a memória). O estado de consciência não é o mais positivo; a qualidade do trabalho é o que importa.
  • Dificuldade em Confiar na Própria Mediunidade (Animismo) [01:53:58]: O médium com dificuldade em confiar na própria mediunidade pode estar em um caso de animismo particular?
    • Resposta: É o receio do animismo que causa constrangimento. É um processo de automatização (comparado a aprender piano). A pureza de coração e o tempo de exercício são cruciais, e o dirigente deve ajudar a discernir.
  • O Sono na Reunião Mediúnica [01:59:03]: O sono na reunião é sono, desdobramento ou hipnose?
    • Resposta: Lugar de dormir é na cama. Pode ser entidades agindo para bloquear a atividade (hipnose a distância, torpor). Aconselha insistir e usar técnicas de reação (como a contração muscular ou ficar de pé).
  • Técnicas de Relaxamento [02:07:18]: Uso de treinamento autógeno, meditação transcendental para facilitar a eclosão mediúnica.
    • Resposta: São técnicas terapêuticas válidas fora da casa espírita. O Espiritismo recomenda a concentração (fixação do pensamento em ideias elevadas), que é suficiente e superior.
  • Psicopictografia e Modismos [02:11:29]: Avaliação sobre a psicopictografia e o risco de assinaturas múltiplas ou chantagem.
    • Resposta: A mediunidade está sujeita a modismos. O fenômeno é possível, mas é preciso cuidado com a precipitação, a busca por celebridade e a má qualidade. Critica a cobrança ou chantagem (ex: "compre a tela e cure-se").
  • Desenvolvimento Sem Êxito no Curso [02:27:27]: Como o dirigente deve atuar com candidatos que não logram desenvolvimento ao final do curso?
    • Resposta: O dirigente deve selecionar aqueles com aptidão ostensiva. Quem não a possui deve ser encaminhado a outras áreas de serviço (passes, concentração, caridade), pois o que importa é a ação do bem.
  • Comunicação a Distância [02:28:28]: É lícita a comunicação mediúnica com o espírito que está distante da sala?
    • Resposta: Sim. Espíritos superiores usam a ubiquidade. O espírito a distância faz a tela mentalização (projeção do pensamento), ou o guia espiritual serve de intermédio.
  • Médiuns com Vícios ou Dependentes [02:28:28]: É aconselhável o desenvolvimento mediúnico para dependentes de calmantes ou portadores de vícios (fumo, bebida)?
    • Resposta: Não. O método é errado. Primeiro, a reforma íntima e moral para a sobriedade, depois o investimento na mediunidade. O vício mantém a sintonia com entidades inferiores.
  • Licitude da Evocação [02:30:34]: Em que circunstância a evocação dos espíritos é lícita?
    • Resposta: Lícita na desobsessão (para saber a razão do tormento) e para a experiência científica (comprovação da identidade e realidade), como Kardec fazia. É fundamental interrogar o espírito para colher conhecimento.
  • Limite de Médiuns e Manifestações [02:31:47]: Deve-se limitar o número de médiuns e de manifestações por médium nas sessões?
    • Resposta: É necessário um critério pedagógico e um limite (para evitar balbúrdia). A reunião séria é programada pelos instrutores espirituais e deve ter horário rígido para começar e elástico para terminar.
  • Demonstrações de Mediunidade na Mídia [02:36:26]: Avaliação sobre o médium Irineu Gasparetto recebendo músicos no Jô Soares Onze e Meia.
    • Resposta: Respeita, mas considera um risco a mediunidade se transformar em objeto de exibição ou espetáculo, o que a barateia. Embora a demonstração possa ter sido positiva (não ofendeu a doutrina), a mediunidade deve ser tratada com seriedade.
  • A Ética Moral do Médium [02:39:13]: A ética moral do médium.
    • Resposta: A ética deve estar pautada no Evangelho de Jesus (a proposta de Kardec). O verdadeiro espírita é o verdadeiro cristão. É o código de honra que exige abnegação, renúncia, dedicação ao bem e humildade.

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