Trilogia de Joanna de Ângelis - O Qualificar
Originado a partir da palestra proferida por Divaldo Franco na Casa de Oração Bezerra de Menezes em 08 de maio de 1998, o opúsculo intitulado "NOVOS RUMOS PARA O CENTRO ESPÍRITA" nos desvenda a Trilogia de Joanna de Ângelis, apresentando uma magnífica proposta para a nossa instituição: o ESPIRITIZAR, o QUALIFICAR e o HUMANIZAR, três pilares indipensávais à formação do trabalhador Espírita. Abordamos, neste contexto, a QUALIFICAÇÃO, fundamental para o desempenho das nobres incumbências que abraçamos no seio do Centro Espírita, que transcrevemos a seguir:
QUALIFICAR
A segunda proposta de Joanna de Ângelis é a qualificação. Para que nos tornemos espiritistas, deveremos adotar a qualidade de uma pessoa de consciência. Cabe-nos pensar em parar, ler, e acabar com os mecanismos desculpistas, como: "- os obsessores não me deixam ler; toda vez que pego num livro, me dá sono."
Faça-o de pé, leia de joelhos... Quando eu era católico, passava toda quinta-feira santa maior defronte do altar do Santo Sacramento, diante da lâmpada acesa, quem representava a Eucaristia, de joelhos; quando cochilava, batia a cabeça no altar e acordava. Permanecia bem junto, para estar na vigília, porque eu acreditava que ali estava Jesus Cristo, em corpo e alma, conforme está nos Céus. Era uma questão de coerência. Na hora em que eu deixei de acreditar nessa ingênua informação, nunca mais me ajoelhei; libertei-me.
Deveremos buscar a qualificação espírita, e tentar saber, realmente, o que é Espiritismo. Pessoas há que frequentam uma Casa Espírita a vida inteira, e se nós perguntarmos: "- e Allan Kardec, o que você pensa dele?" "- Eu até já ouvi falar esse nome" - responderão...
Faz muitos anos, esteve em moda uma colocação, mediante a qual era muito importante a boa vontade, e durante muito tempo, dizíamos: "- trata-se de uma pessoa de boa vontade", referindo-nos a alguém... Eu me recordo que, naquela ocasião, os espíritos me deram um ensinamento muito interessante, afirmando-me que Goethe, o célebre poeta alemão, escrevera que nada pior do que pessoas de boa vontade sem conhecimentos. Atrapalham muito mais do que ajudam.
Os senhores já imaginaram uma porção de pessoas de boa vontade na cozinha sem saber cozinhar?! Cada uma dando um palpite... Ou o mesmo grupo em qualquer outra atividade?!
Isso não quer dizer que a pessoa deva ser excessivamente instruída, exageradamente técnica, mas, pelo menos, preparada.
Aqui nós temos a creche(**) A Manjedoura, e a pessoa diz que gostaria de colaborar com as crianças, mas não tem filhos, não é professora, nem pedagoga, não gosta muito de crianças, porque é portadora de distúrbio emocional, mas quer fazer caridade, para que Deus lhe dê saúde... Ora, essa pessoa está negociando com Deus. Poderá justificar-se, que deseja trabalhar para libertar-se da doença. Não, porém, numa creche, sem a supervisão de um terapeuta. Essa pessoa que aparenta boa vontade, mas não tem qualificação, nem saúde, dará mais trabalho do que produção útil.
(**) Referência à creche mantida pela instituição (Nota do Autor)

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